Analfabetismo financeiro prejudica o seu negócio

O Brasil tem um baixo nível de alfabetização financeira entre seus habitantes adultos, segundo pesquisa recente feita em 148 países pela Standard & Poor’s em parceria com a Gallup .

Apenas 35% dos brasileiros têm informação suficiente, contra 55% a 75% dos habitantes de países como EUA, Austrália, Alemanha e Israel. Segundo a instituição, quanto menor o conhecimento, maior a incapacidade da pessoa de gerenciar o que ganha ou o que produz. E isso, no dia a dia, traz consequências devastadoras.

O que acontece e o que provoca???

1) Dificuldade de poupar e multiplicar a renda, portanto, dificuldade de:

ampliar e diversificar o consumo,
conquistar e acumular bens,
ter acesso a serviços básicos de qualidade (saúde, por exemplo)
2)Altos índices de inadimplência, portanto, prejuízos como:

baixa produtividade em função do estresse gerado pelas dívidas e frustração de planos e sonhos,
impaciência no trato com os clientes, colegas e fornecedores
pedido de demissão para quitar dívidas com a indenização,
propensão a acionar judicialmente a empresa a fim de cobrir ‘buracos’,
diminuição do consumo em volume e valor
Em outras palavras: o analfabetismo financeiro compromete o sucesso de indivíduos e empresas. Não é a toa que muitas organizações já começam a trabalhar o assunto, como a rede Comper, 32 lojas, e o gigante Carrefour.

Ambos estão com projetos de educação financeira para seus funcionários, a fim de que gerenciem sua renda de maneira adequada e possam trabalhar com mais produtividade. No ano passado, a Casas Bahia criou o curso “Saúde Financeira”, dirigido também a clientes. Afinal, com as contas em dia, o consumidor gasta mais e é melhor pagador.

Para educar clientes e funcionários é preciso explicar a importância e os benefícios de controlar os gastos, de poupar e investir. E mostrar o passo a passo. Pode-se recorrer a palestras e cursos, além de textos motivacionais e explicativos, inseridos nos tabloides, no site e no facebook, entre outras possibilidades.

Carlos Eduardo Costa, consultor da Mercantil do Brasil, dá exemplos do que ensinar.

Gastar menos do que se ganha para evitar inadimplência

Para conseguir atingir tal meta, o primeiro passo é gerenciar os gastos. A gestão pode ser feita em caderneta, em planilha Excel, ou em aplicativo do celular.
Tudo deve ser anotado, a fim de que se possa comparar os gastos mensais item por item – desde o cafezinho até a prestação do apartamento. Com o registro e o acompanhamento periódico fica mais fácil manter o controle sobre as despesas e a disposição em economizar. Esse controle permitirá a eliminação de itens não essenciais e a redução de desembolsos de toda ordem, incluindo luz e celular. Trata-se do ponto de partida para certas decisões: diminuir o pacote da tevê por assinatura, negociar descontos em cada compra, pesquisar preço para adquirir material escolar, reduzir idas ao cinema etc.

Economizar 10% da renda para consumir mais e melhor

É difícil, mas possível. Mesmo entre as pessoas que ganham pouco. Trata-se de disciplina e de se privar de alguns benefícios imediatos, para garantir um consumo maior ou diversificado, além de bens fundamentais: a casa própria, o curso universitário, o inglês do filho, a viagem dos sonhos, o carro. Quando se tem um objetivo claro, fica fácil entender o quanto se pode gastar e o quanto se deve poupar.

Investir certo para ter mais dinheiro

Esse esforço depende de algumas premissas.

1-É importante saber a razão pela qual se está guardando dinheiro. E o prazo que este dinheiro poderá/deverá ficar investido. Para o curto prazo, existem, por exemplo, a caderneta de poupança e alguns fundos de investimento. Para o médio prazo, existem fundos de investimento, tesouro direto, CDB, LCA (Letra de crédito agrícola) e LCI (Letra de crédito imobiliária). E para o longo prazo, tesouro direto, planos de previdência, ações;

2-Quanto maior o montante a ser aplicado, maiores as possibilidades oferecidas pelo mercado financeiro. Algumas aplicações só são acessíveis a partir de determinado valor. Portanto, pode-se iniciar com poupança e depois migrar para um investimento mais rentável;

3-As condições da economia determinam a maior ou menor atratividade de um investimento. No momento, com a retração da economia e o avanço das taxas de juros, os ativos de renda fixa estão mais atrativos. Mas com a retomada do crescimento, os investimentos de mais risco, como ações, voltam a ser interessantes;

4-Uma pessoa que não suporta correr riscos deve buscar investimentos mais conservadores. Já pessoas com mais idade devem evitar ativos arriscados – em caso de prejuízo, não disporão de tempo para recuperar as perdas;

5- Importante: não se contentar com pouco, não contar com ação da empresa ou do governo para melhorar da vida, não esperar milagres. A vida pode melhorar e as dores com dívidas, diminuir. Mas isso exigirá esforço. Às vezes, muito esforço;

Por Diego Pinheiro – 22/01/2016 – Fonte: http://www.sm.com.br/detalhe/analfabetismo-financeiro-prejudica-o-seu-negocio

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